domingo, 28 de novembro de 2010


A Greve Geral foi um insdiscutível êxito não obstante todas as dificuldades e insuficiências que a caracterizaram. Dificuldades decorrentes de todas as formas que foram utilizadas para tentar furar a greve (agressões e ameaças a Piquetes, Inspectores da Carris a conduzirem automóveis, carta do Presidente da CGD aos trabalhadores insinuando a perda de prémios e benefícios a quem fizesse greve, tentativa de identificação prévia dos grevistas por parte de diversos serviços do Ministério da Educação, serviços organizados de transporte por chefes e patrões para garantir/impor a presença de trabalhadores ao serviço, etc. etc. etc.), mas que mesmo assim não conseguiram impedir a dimensão da mesma Greve.
Insuficiências decorrentes, por um lado, da existência ainda de pontos de vista como os de que isto é uma questão dos trabalhadores públicos ou de grandes empresas e que não diria respeito aos restantes. Mas, por outro lado, e sobretudo, derivadas do facto de as Centrais Sindicais não terem fixado à Greve o objectivo político claro do derribamento do Governo de Sócrates e o combate pela criação de um Governo dos Trabalhadores.

Foi um passo, só um passo, mas importante, a que se devem agora seguir outros nessa mesma direcção.
A Luta Continua, pois!

5 comentários:

  1. Às vezes, por distracção confesso, vejo-me a sentir pena do Povo Português... mas apenas demora um milissegundo, a distracção e o sentimento! Pois logo a minha memória reaviva todos os dados nela armazenados e que mostram que este Povo, ao contrário de mim, parece não ter memória e parece ser masoquista convicto... para os que se esqueceram podem ver aqui e aqui uma pequena parte do que pretendo transmitir... Certo que sabemos, poucos, que os resultados das eleições pouco têm a ver com democracia e outras ideologias do género... tudo se passa ao nível superior dos que controlam os grandes meios de transmissões de "opiniões" em que uns são beneficiados e outros praticamente nem são mencionados (mas disto o Caro Garcia sabe melhor que ninguém, o que é lutar contra a Máquina)... Espero que continue a luta pois deste Zé terá sempre um voto...
    Quanto ao Povo, infelizmente para ele, os próximos anos vão ser daqueles que vão ao pêlo... e vai ser a doer... e se a coisa der para o torto... podem-se preparar para começarem a ser severamente reprimidos pelos "defensores" do Estado de Direito...

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  2. Desde logo e na verdade os veículos blindados para a polícia destinam-se precisamente a fazer face aos protestos e revoltas sociais que inevitavemente vão eclodir com o ainda maior aperto do cinto que, a não ser rasgar entretanto um caminho inteiramente novo, o ano de 2011 inevitavelmente representará.

    Por outro lado, aqueles que pensam que o Povo nunca se revoltará estão muito enganados. A grande questão, hoje, é que a esmagadora maioria daqueles que se dizem seus defensores e representantes não querem verdadeiramente o caminho da ruptura mas antes pretendem cavalgar o descontentamento para obterem uma mior fatia do bolo do orçamento. Mas mesmo esses, um dia, hão-de ser completamente ultrapassados e afastados do caminho.

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  3. Eu quero o fim disto! Desespero por mudança. Está tudo aparentemente apático e da assembleia da república não virá certamente mudança. É triste. É frustrante. Só sinto raiva de tudo! Destrói-se a vida a milhões de pessoas e ninguém se mexe. Ninguém pede a demissão do sócrates (escrevo com minúsculas de propósito) e do seu governo de parasitas. E as greves europeias? Uma greve global? Manifestações? Revoltas? Revolução? Onde estão? Onde estão?

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  4. Caro Sérgo,

    É de facto imprescindível combater pelo derrube do Governo, como é cada vez mais urgente a internacionalização da luta e da organização dos trabalhadores dos vários Países.

    E há quem o defenda e venha defendendo desde há muito tempo. Precisamente porque esse é o caminho correcto é que a burguesia procura silenciar essas vozes enquanto promove e acarinha aqueles que, dizendo-se de esquerda e amigos dos trabalhadores, já há muito que meteram o socialismo e o comunismo na gaveta e de Revolução já nem formalmente se referem a ela.

    Mas se o caminho é justo, mesmo que ele seja sinuoso e difícil, é por aí que devemos ir.
    E creia que não corresponde à verdade que não haja cada vez mais pessoas dispostas a lutar. Tivéssemos dirigentes políticos, sindicais, estudantis, etc., à altura, e decerto que já outro galo teria cantado.
    Mas a luta pela Revolução passa também pelo isolamento e desmascaramento dos dirigentes oportunistas que querem apenas cavalgar a onda do descontentamento popular para capitalizarem mais votos nas próximas eleições e assim conseguirem uma fatia maior do bolo do orçamento.

    Por fim, não se deixe iludir pelas campanhas ideológicas de intoxicação: o que esta produnda crise financeira representa é a profunda crise do próprio sistema capitalista e, mesmo quando por vezes não parece, as condições já se alteraram por completo e estão apenas à espera daquele detonador próximo que tudo faz modificar. Cerca de um mês antes do 25 de Abril de 1974 realizou-se em Lisboa uma grande manifestação de apoio ao Presidente do Conselho Marcelo Caetano e podia parecer então que o regime fascista estava mais forte do que nunca. E todavia, um mês depois, esse mesmo regime caíu de podre e as massas do Povo vieram para a rua, mesmo contra os conselhos dos militares do golpe, forçar o curso dos acontecimentos.

    Coragem e firmeza nos princípios sempre compensou e é por aí que devemos ir!...

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  5. Anseio pelo detonador. Só pelo facto deste governo ir cortar nas pensões de reforma que são na maior parte das vezes miseráveis já devia ter havido mais protestos e manifestações. Espero que muita gente abra os olhos. Eu, pela minha parte dentro dos meus poucos conhecimentos vou divulgando o Luta Popular e o apelo do PCTP para as novas greves.

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