Ora aqui está um dos "profissionais da desordem" (um agente provocador/infiltrado da Polícia) cuja existência e actuação na manifestação do passado dia 14 o Ministro do Interior Macedo tão peremptoriamente negou!
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
A LUTA CONTRA O TERRORISMO POLICIAL CONTINUA
Na qualidade de Advogado mas também de cidadão, enviei ao Director Nacional da PSP a carta a seguir transcrita questionando toda uma série de graves violações de direitos fundamentais que foram praticadas pela Polícia no passado dia 14/11.
Largo da Penha de França, nº 1
1199-010 Lisboa – Fax 21 814 77 05
Lisboa, 23 de Novembro de 2012
Na dupla qualidade de Cidadão e de Advogado, e com vista a instruir queixas de natureza criminal, cível e disciplinar contra os responsáveis que se venha a apurar terem tido alguma espécie de intervenção em factos susceptíveis de consubstanciar ilícitos, quer de natureza penal, quer de natureza civil, quer de natureza disciplinar, venho por este meio requerer a Vª Exª, ao abrigo do artº 61º e segs. do Código do Procedimento Administrativo me sejam fornecidas as seguintes informações.
Fico, pois, aguardando o fornecimento no prazo máximo legal de 10 dias – artº 61º, nº 3 do supra-citado CPA – dos elementos ora solicitados.
Foto de EPA/Manuel de Almeida
(Site Renascença)
Exmº Senhor
Director Nacional da PSPLargo da Penha de França, nº 1
1199-010 Lisboa – Fax 21 814 77 05
Exmº Senhor Director Nacional
Na dupla qualidade de Cidadão e de Advogado, e com vista a instruir queixas de natureza criminal, cível e disciplinar contra os responsáveis que se venha a apurar terem tido alguma espécie de intervenção em factos susceptíveis de consubstanciar ilícitos, quer de natureza penal, quer de natureza civil, quer de natureza disciplinar, venho por este meio requerer a Vª Exª, ao abrigo do artº 61º e segs. do Código do Procedimento Administrativo me sejam fornecidas as seguintes informações.
a)
Quem deu ordem para a carga dos elementos do Corpo de Intervenção no
passado dia 14 de Novembro e qual foi a ordem específica que lhes foi
dada ?
b) Em particular, tal ordem era no sentido de afastar e/ou deter os manifestantes suspeitos de atirarem objectos à polícia e que se encontravam mesmo em frente aos elementos do Corpo de Intervenção ou a de atacar e ferir todos os manifestantes presentes no Largo de S. Bento e zonas adjacentes ? E isso, mesmo após tais manifestantes estarem a dispersar ou não poderem reagir por estarem encurralados contra um fosso de mais de 2 metros de altura ?
b) Em particular, tal ordem era no sentido de afastar e/ou deter os manifestantes suspeitos de atirarem objectos à polícia e que se encontravam mesmo em frente aos elementos do Corpo de Intervenção ou a de atacar e ferir todos os manifestantes presentes no Largo de S. Bento e zonas adjacentes ? E isso, mesmo após tais manifestantes estarem a dispersar ou não poderem reagir por estarem encurralados contra um fosso de mais de 2 metros de altura ?
c)
Existiram ou não entre os manifestantes agentes da PSP à paisana, e em
caso afirmativo com que instruções ? Por que razão se deslocaram os
mesmos para trás dos elementos do Corpo de Intervenção escassos segundos
antes da carga destes ?
d)
Quem deu a ordem para que fossem efectuadas cargas à bastonada, ao
pontapé e com utilização de cães sobre os cidadãos que, depois da
primeira carga em frente à escadaria, se encontravam em, ou dispersavam
para, outros locais, como por exemplo pela Av. D. Carlos abaixo e
artérias adjacentes ?
e)
Quem deu instruções e com que objectivos para que agentes à paisana em
toda a zona entre a Av. D. Carlos I e a Estação do Cais do Sodré
atacassem à bastonada e matracada vários cidadãos ?
f)
Quem deu ordens e instruções para que tais agentes não se
identificassem e para que os que se encontravam fardados não tivessem as
respectivas placas identificativas ?
g)
Quem deu a ordem para a detenção das dezenas de cidadãos que foram
detidos na Estação do Cais do Sodré ? Quem é o responsável pela sua
condução às esquadras para que foram levados, e em especial à do
Monsanto ?
h)
Quem deu ordens para que não fosse permitida a tais detidos efectuarem
telefonemas para os seus familiares ou para os seus Advogados ?
i)
Quem deu ordens para que, de tais cidadãos, os que necessitavam de
assistência não a tivessem tido, tendo ficado com feridas na cabeça a
escorrer sangue ?
j)
Quem deu ordens para que alguns dos detidos e detidas fossem forçados a
despir-se por completo e/ou a sujeitar-se a revistas absolutamente
humilhatórias como as de os obrigar a, todos nus, se dobrarem para a
frente e a exibir o ânus ?
k)
Quem deu ordens para que o cidadão João Lopes Barros Mouro, detido pelo
Chefe Américo Nunes pelas 18H30 tivesse ficado sob detenção durante 13
horas, primeiro nas imediações do Parlamento e, depois, no Hospital de
S. José ?
E de quem é a responsabilidade da ordem de impedimento de entrada na Esquadra do Calvário aos 4 Advogados que ali compareceram pelas 03H00 da madrugada de 15/11, entre os quais o signatário e o Presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, Sr. Dr. Vasco Marques Correia ?
E de quem é a responsabilidade da ordem de impedimento de entrada na Esquadra do Calvário aos 4 Advogados que ali compareceram pelas 03H00 da madrugada de 15/11, entre os quais o signatário e o Presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, Sr. Dr. Vasco Marques Correia ?
l)
Quem deu instruções aos agentes que nessa noite atendiam o telefone do
número geral da PSP bem como os das diversas esquadras da PSP para que
não informassem os familiares e Advogados dos detidos (que por eles
perguntavam) da localização destes ? E para invocar, designadamente
perante a Comunicação Social, o completo desconhecimento da detenção das
dezenas de cidadãos, referir apenas 7 detenções, mais tarde apenas 8 e
depois apenas 9 detenções (ou seja, somente os que foram a Tribunal de
Pequena Instância Criminal no dia seguinte) ?
m)
Quem autorizou e/ou ordenou que os agentes da PSP que procederam aos
espancamentos e às detenções proferissem, dirigindo-se aos cidadãos,
expressões como “Vocês são uns portugueses de merda !”, “Filhos da
puta”, “Cabrões”, “Vão para o caralho !”, “Olha para o chão, caralho,
não levantes a cabeça !” ?
n)
Quem autorizou e/ou ordenou que agentes da PSP, sem autorização da
respectiva Presidência, tivessem invadido as instalações do Instituto
Superior de Economia e Gestão e aí insultassem e agredissem
manifestantes e estudantes do Instituto ?
o)
Quem autorizou e/ou ordenou que agentes da PSP algemassem cidadãos
apertando-lhes brutalmente os polegares com abraçadeiras plásticas, como
sucedeu com uma das detenções efectuadas pelo Chefe Américo Nunes ?
p)
Qual a identificação dos outros elementos da PSP que integravam a
brigada chefiada pelo referido Chefe Américo Nunes quando a mesma actuou
na zona da Av. D. Carlos I ?
q)
Quem autorizou que agentes policiais fardados mas sem placas
identificativas, e envergando passa-montanhas escuros agredissem
cidadãos em vias de serem detidos e mesmo depois de detidos ?
r)
Qual a identificação dos agentes da PSP que procederam à filmagem dos
manifestantes ? Quando se iniciaram tais filmagens e por ordem de quem ?
Pediu e obteve antecipadamente a PSP autorização da Comissão Nacional
de Protecção de Dados para efectuar tais filmagens (que, como foi
tornado público, já por duas vezes foram consideradas ilícitas pela
referida Comissão) ?
s)
Por ordem de quem, e com que objectivo, foram recolhidos elementos de
identificação (e outros não exigidos por lei, como por exemplo os
telemóveis) das dezenas e dezenas de detidos que não foram levados a
Tribunal de Pequena Instância Criminal ? E em que “expediente” ou
“processos” ou ficheiros foram tais elementos incorporados e com que
suporte legal ?
Fico, pois, aguardando o fornecimento no prazo máximo legal de 10 dias – artº 61º, nº 3 do supra-citado CPA – dos elementos ora solicitados.
Mais
informo que cópia deste requerimento será nesta data remetida ao Sr.
Provedor de Justiça, à Srª Procuradora Geral da República, ao Sr.
Inspector-Geral da Administração Interna, ao Sr. Bastonário da Ordem dos
Advogados, ao Sr. Presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem
dos Advogados e ao Sr. Presidente da Comissão de Direitos, Liberdades e
Garantias da Assembleia da República.
E,
dada a enorme gravidade das indiciadas violações de direitos,
liberdades e garantias a que se reporta o presente pedido de
informações, Vª Exª compreenderá que me reserve o direito de dar ao
mesmo a divulgação que considerar mais adequada à completa dilucidação
da verdade dos factos
Com os melhores cumprimentos,
António Garcia Pereira
domingo, 18 de novembro de 2012
UM VERDADEIRO TERRORISMO POLICIAL QUE NÃO PODE FICAR SEM RESPOSTA
A actuação da Polícia ao longo de
todo o passado dia 14 de Novembro configura um conjunto de gravíssimas violações
do Estado de Direito e consubstancia UM verdadeiro terrorismo policial
destinado a criar um verdadeiro estado de sítio não declarado e um ambiente da
mais absoluta e intolerável intimidação contra os cidadãos.
Na verdade, vários elementos das
forças policiais procederam à filmagem, totalmente ilícita, de diversos
daqueles piquetes de greve (como por exemplo o da TAP), anotou matrículas de
carros estacionados nas respectivas imediações, como voltou a proceder à
filmagem – já por duas vezes declarada ilícita pela CNPD (Comissão Nacional de Protecção de Dados) – das pessoas que
participavam na manifestação que nesse mesmo dia 14 arrancou do Rossio em
direcção a S. Bento.
Aqui, e ainda antes de qualquer
espécie de incidente, prosseguiu com tais filmagens, que não podem ter outro
objectivo que não seja o de alimentar bancos de dados de polícias e de serviços
de informações totalmente à margem da lei.
Durante a concentração em frente à
Assembleia da República foi ainda notada a presença de diversos indivíduos à
paisana que, depois de andarem a escutar conversas e a fazer algumas
provocações verbais, imediatamente antes da carga policial passaram para trás
das fileiras dos elementos do Corpo de Intervenção, tendo passado, pelo menos
alguns deles, a envergar – só nessa altura – coletes com a identificação da
Polícia e gorros escuros.
Sendo a versão oficial da Polícia e
do Ministro da Administração Interna a de que os incidentes verificados se “deveriam
a uma dúzia de profissionais da provocação” a carga efectuada pelos elementos
do Corpo de Intervenção foi dirigida contra os milhares de manifestantes que se
encontravam no local e caracterizou-se por inúmeras agressões, em particular à
bastonada e aos pontapés a pessoas, inclusive já de bastante idade, totalmente
imobilizadas, indefesas e nalguns casos já caídas no chão.
Como se isso não bastasse, a grande
maioria das detenções e das agressões
ocorreu em lugares já muito distantes do Largo de S. Bento,
designadamente ao fundo da Av. D. Carlos e respectivas transversais, na Av. 24
de Julho e na Estação de Comboios do Cais do Sodré, sobre pessoas que ou fugiam
à carga policial ou simplesmente se encontravam ou passavam no local, diversas
delas não tendo sequer estado presentes na dita manifestação.
E a maior parte dessas detenções e
agressões foi praticada por, ou com a colaboração de, agentes policiais à
paisana, armados de bastões e matracas, e que decidiam, por seu inteiro
arbítrio, quem prendiam e em quem batiam.
Alguns desses cidadãos, para além de
insultados do pior, foram violentamente espancados durante largos minutos,
quando se encontravam cercados e imobilizados, nalguns casos por bandos de 10 e
mais agentes.
À grande parte dos que ficaram
feridos em virtude dessas agressões foi negada a assistência médica a que têm
indeclinável direito.
E os detidos foram depois levados
para várias Esquadras, designadamente a do Calvário e sobretudo (aqui às
dezenas) a de Monsanto, onde foram sujeitos a tratamentos próprios de uma
ditadura – impedidos de contactar com familiares e Advogados, alguns (e
algumas) foram forçados a despir-se, outros voltaram a ser agredidos, outros
foram forçados a descalçar-se, tudo isto enquanto os serviços e esquadras da
PSP que eram contactados por familiares e amigos se recusavam a dar informação
do local onde aqueles se encontravam, tendo mesmo chegado a invocar ter
“instruções superiores” para agirem dessa forma.
Só ao fim de algumas horas deste tipo
de graves violações dos direitos humanos mais básicos, e após novos insultos,
diversas ameaças e sob a condição de assinarem documentos cujo conteúdo e
significado não lhes foi explicado – nem foi permitido aos Advogados,
designadamente os que se encontravam em Monsanto, que os conhecessem e sobre eles
aconselhassem os seus constituintes – é que foram sendo libertados.
Na mesma altura em que, nestas
circunstâncias, os detidos eram libertados, às dezenas, a PSP insistia em
negar, designadamente à Comunicação Social, tais detenções, continuando a falar
em apenas 7 detidos!
Em vários casos foi claramente
ultrapassado o prazo legal de 6 horas para a duração máxima da chamada detenção
para identificação, que aliás só se justifica, o que não era o caso, se não
houver outra possibilidade de a ela proceder.
Na Esquadra do Calvário começou por
ser negada, em particular por um dos principais intervenientes nestas detenções
e agressões, a entrada aos Advogados (nomeadamente ao Presidente do Conselho
Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados), bem como a informação exacta do
estatuto em que depois das 4 horas da manhã (ou seja, 10 horas depois da sua
detenção) um cidadão se encontrava a ser tratado no Hospital de S. José
guardado por agentes da PSP.
É óbvio que todo este tipo de
posturas e condutas da maior gravidade não só foi cuidadosamente planeado e
levado a cabo com elevado grau de dolo de intencionalidade e de ferocidade,
como configura, do ponto de vista cívico, uma tentativa de imposição de um
verdadeiro terrorismo policial para desencorajar as pessoas de exercerem os
seus direitos constitucionais, em particular o da greve e o da manifestação, e
que deve ser firmemente denunciado e combatido. E juridicamente configura a
prática de diversos crimes públicos, que não podem ficar impunes e pelos quais
irá ser accionado o competente procedimento criminal.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
VIVA A GREVE GERAL!
A partir das
22h30 estarei com os piquetes de greve dos trabalhadores em luta, a começar
pelos do Metro.
Apelo a
todos para que ousem combater e participem activamente na greve geral, pelo
derrube do Governo de traição nacional Coelho/Portas, contra a política da tróica
e contra as medidas de genocídio económico e fiscal.
E apelo
também a que participem na manifestação promovida pela CGTP, com início marcado
para o Rossio às 14h30, e com ponto de encontro às 14h15 em frente ao Teatro D.
Maria II.
Eu irei ao
jornal das 14h da TVI 24 falar sobre a greve geral e depois irei lá ter também.
O Povo
vencerá!
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