Com aquilo que já se conhece do PEC ficaram a claro duas coisas: que as chamadas “medidas de austeridade”, uma vez mais, caem em cima de quem mais trabalha e menos ganha e que PS e PSD estão inteiramente de acordo com essa política.
Na verdade, o chamado “corte no défice” (que, num País que praticamente nada produz, não cessará porém de se agravar) custa às famílias mais 2,6 vezes que às empresas. A taxa do aumento do IRS de uma família com rendimento anual bruto de 30.000€ (8,23%) é praticamente o dobro do de uma família com um rendimento de 80.000€ (4,95%). O aumento de 1% da taxa reduzida do IVA representa o agravamento dos preços precisamente dos produtos de primeira necessidade. O que, conjuntamente com medidas como as da restrição do subsídio de desemprego e do congelamento das pensões, para mais num País que conta já com uma percentagem de pobres que é hoje de 20% da população total e que ameaça chegar a breve trecho a 30%, significará ainda mais fome e mais miséria precisamente para quem nenhuma responsabilidade tem, quer na crise, quer na dívida.
Mas aquilo que é verdadeiramente infamante é que quem aparece a defender que tudo isto ainda é pouco e que se deveria cortar ainda mais nos salários e no subsídio de natal e a sustentar que os trabalhadores deveriam aceitar trabalhar até uma idade ainda mais avançada, durante ainda mais horas semanais e por salários ainda mais baixos, sejam os banqueiros (como Ulrich do BPI) cujos bancos, só neste ano de plena crise, têm feito lucros de 1 milhão de euros por dia cada um ou “especialistas” (como Silva Lopes) que acumulam várias reformas douradas com vencimentos absolutamente escandalosos ou ainda os políticos que recebem do erário público milhares de euros por mês a que adicionam o direito a senhas de presença, subsídios de refeições e de viagens, carros oficiais, etc., e que se atribuem o direito a pensão completa por 1/5 do tempo de serviço que exigem aos restantes cidadãos.
E é também por isso que combater por todos os meios e em todas as frentes esta política de bloco central não é já apenas um direito cívico e político básico mas também, para não dizer sobretudo, um elementar dever ético!
Na verdade, o chamado “corte no défice” (que, num País que praticamente nada produz, não cessará porém de se agravar) custa às famílias mais 2,6 vezes que às empresas. A taxa do aumento do IRS de uma família com rendimento anual bruto de 30.000€ (8,23%) é praticamente o dobro do de uma família com um rendimento de 80.000€ (4,95%). O aumento de 1% da taxa reduzida do IVA representa o agravamento dos preços precisamente dos produtos de primeira necessidade. O que, conjuntamente com medidas como as da restrição do subsídio de desemprego e do congelamento das pensões, para mais num País que conta já com uma percentagem de pobres que é hoje de 20% da população total e que ameaça chegar a breve trecho a 30%, significará ainda mais fome e mais miséria precisamente para quem nenhuma responsabilidade tem, quer na crise, quer na dívida.
Mas aquilo que é verdadeiramente infamante é que quem aparece a defender que tudo isto ainda é pouco e que se deveria cortar ainda mais nos salários e no subsídio de natal e a sustentar que os trabalhadores deveriam aceitar trabalhar até uma idade ainda mais avançada, durante ainda mais horas semanais e por salários ainda mais baixos, sejam os banqueiros (como Ulrich do BPI) cujos bancos, só neste ano de plena crise, têm feito lucros de 1 milhão de euros por dia cada um ou “especialistas” (como Silva Lopes) que acumulam várias reformas douradas com vencimentos absolutamente escandalosos ou ainda os políticos que recebem do erário público milhares de euros por mês a que adicionam o direito a senhas de presença, subsídios de refeições e de viagens, carros oficiais, etc., e que se atribuem o direito a pensão completa por 1/5 do tempo de serviço que exigem aos restantes cidadãos.
E é também por isso que combater por todos os meios e em todas as frentes esta política de bloco central não é já apenas um direito cívico e político básico mas também, para não dizer sobretudo, um elementar dever ético!
Isto não vai lá com falinhas mansas!
ResponderEliminarUma coisa que sei, é que falar com as costas quentes e o rabo protegido é fácil! Por isso esses senhores se dão ao luxo de dizer aquilo que bem lhes apetece sem que nada nem ninguém lhes ofereça de imediato um trabalho nas salinas de Aveiro (nas que ainda existem)... Aí gostava de os ver a falar... ah se gostava!
ResponderEliminarMas como o mundo está construído para, quem tem dinheiro, tem poder, pois controla de forma absolutamente fantástica todos os meios de comunicação, efectuam autênticas lavagens cerebrais através da "repetitiva repetição" de mensagens apocalípticas, "tinham-mos que nacionalizar o BPN pois senão era o caos", "se não apoia-se-mos estas medidas, Portugal entrava na bancarrota", "hoje acordei e a Europa já não é a mesma!", e outras que tais... enquanto este tipo de mensagens for passado, vez atrás de vez, é lógico que a maioria absorve como sendo "verdade" e pronto... é assim que tem de ser...
Ora, o mais curioso nestes "políticos" que aparecem nos meios de comunicação a falar sobre défice e coisas que tais, nunca, repito, nunca, os ouvi a falar de Portugal sem défice!
Pelos vistos estamos condenados a viver eternamente num País em que o orçamento é sempre deficitário, ou seja, viveremos sempre acima daquilo de produzimos e viveremos assim sempre dependentes de empréstimos ao exterior...
Enquanto esta forma de pensamento em relação ao orçamento não mudar, Portugal não muda...
Caro Professor,
ResponderEliminarDuvido que o povo português que na verdade é de brandos costumes (além de desinformado e acomodado) se rebele e combata (com que "armas" ??) Estamos amarrados e amordaçados pela luta diária pela sobrevivência e por isso impotentes! É assim que as classes dominantes conseguem calar o povo, roubando-lhes tudo até a dignidade... e quando se está com fome, a luta prioritária é de tentar ganhar ao menos para comer!!
Sabe, caro Professor, chego à conclusão que por muito que se grite contra o poder, o problema irá subsistir, com este ou com outro governo, pois o que começa a estar em causa é todo um modelo social - o consumismo desenfreado e a falta de valores éticos e morais! É por isso, que a luta vai ter que ser mais dura e mais profunda, diria mesmo subterrânea. Ou seja, nós que achamos que este modelo de sociedade não faz o ser humano feliz, temos o dever de começar a cavar para construir os novos alicerces duma sociedade mais justa e mais feliz. E, esse dever passa por transmitirmos às novas gerações uma outra forma de estar no mundo, onde o TER não será o mais importante, mas sim o SER! Os políticos corruptos que destroem o erário público sem qualquer pudor, são pessoas que vêm do seio das famílias onde o TER e o CONSUMIR, é prioritário, mesmo que isso cause sofrimento aos mais desafortunados... Por isso, penso que é essa a grande questão de fundo. Organize-mo-nos (tipo igreja católica), que se desdobra em paróquias para fazer lavagens ao cérebro, aos seus seguidores. Só que no nosso caso não seriam lavagens ao cérebro, mas sim, consciencialização, sem qualquer conotação política, apenas Humanizar o ser humano, que de humano já pouco tem.
Penso que protestos e confrontos como os da Grécia, pouco podem fazer pela MUDANÇA, que como digo, não será nem nesta nem na próxima geração!
Aos trabalhadores não compete salvar um País cujas leis capitalistas condenam os trabalhadores e o Povo à opressão, exploração, fome, desemprego e miséria.
ResponderEliminarO papel dos trabalhadores é o de derrubarem através da luta este sistema para instaurarem uma sociedade livre de exploração e opressão: O SOCIALISMO!
Neste contesto.
Uma das formas de luta deve de passar pelo dever das organizações sindicais na organização de uma greve geral nacional contra o PEC.
O PEC que tem apenas uma face ! Todos os portugueses (menos aqueles que do poleiro continuam a defender a Banca e o "poder" instalado) já o identificaram. A manif de hoje ainda vai apanhar os portugueses como "anjinhos". Quero e desejo ver uma manif idêntica em Setembro/Outubro quando tivermos de pagar os livros para os filhos e o salário não chegue tão pouco para pagar as férias que nos "venderam" no principio do ano como isto fosse o País mais rico do mundo. Aí o Snr. Pinósocrates vai ter de explicar as despesas estrondosas que se continuam a fazer nos Orgãos Públicos que hoje em dia já não se podem esconder mas que os responsáveis continuam a dizer que são ninharias.
ResponderEliminarMeus caros,
ResponderEliminarAntes de mais, agradeço os vossos comentários.
O PEC do Bloco Central representa, de facto, uma declaração de guerra em toda a linha a quem vive do seu trabalho. E mostra bem a natureza de classe desta política que se vai traduzir, disso não tenhamos dúvidas, num enorme agravamento das condições de vida do Povo. O que fica cada vez mais a claro é que não bastam reformas e “melhorias” do sistema capitalista, mas antes se impõe a destruição do mesmo sistema. E a preparação dessa alteração radical da sociedade que se torna cada vez mais necessária, passa efectivamente pela organização dos trabalhadores e por uma direcção correcta dos protestos e das lutas que se vão desenvolver cada vez mais. É por isso que convocar uma manifestação como a de Sábado, juntar 300.000 pessoas e depois não dizer nem uma palavra sobre a Greve Geral Nacional, nem sobre o derrube do Governo, porque se quer apenas gerir e cavalgar o descontentamento popular para obter mais votos nas próximas eleições, representa o atraiçoar dos desejos e da vontade de lutar por parte dos trabalhadores.
Pois eu acho que toda esta palhaçada é resultante de no 25 de Abril não se ter cortado umas duzias de cabeças e limpado o país. Não foi uma revolução á séria, faltava-nos um Che. No fundo o salazarismo bafiento continua aí, ainda por cima "legalizado" por eleições que duvido, não sejam manipuladas. Nas ultimas eleições legislativas fiz uma queixa na CNE porque apontavam os votantes a lápis... ninguém me convence que não era para apagar nomes e pôr lá os votos de quem lhes interessva, ainda por cima no meu conselho há 20 anos que ganha o PSD
ResponderEliminarMeu caro, De facto este País precisava e precisa de uma "Revolução à séria". Mas a questão não era a de cortar umas quantas cabeças, mas sim de derrubar não apenas um regime mas também e sobretudo um sistema de exploração e opressão.
ResponderEliminarE a verdade é que ao generoso e espontâneo movimento das massas do Povo faltou não propriamente um Che mas sim uma direcção política correcta e consequente.
E são essas lições que é preciso não esquecer na próxima oportunidade...