domingo, 30 de maio de 2010

MANIFESTAÇÃO 29 DE MAIO - E AGORA, QUE FAZER?

O PEC é o programa do grande Capital para a crise, ditado pelo Banco Central Europeu e pelos grandes interesses financeiros que ele representa, aprovado em Portugal pelo PS e pelo PSD e executado (pelo menos para já...) pelo Governo de Sócrates, cuja chegada ao poder, recorde-se, foi saudada por partidos como o PCP e o BE como uma vitória da esquerda!?

A direcção política da Intersindical, pressionada pelo protesto crescente dos trabalhadores, convoca uma manifestação na qual, como se vê inclusive pelo local escolhido, nunca acreditou que pudessem estar as 300.000 pessoas que compareceram e no fim manda essas pessoas de volta para casa sem uma palavra sobre a Greve Geral Nacional nem sobre o derrube de um Governo tão reaccionário e tão de direita como o de Sócrates.

Depois disto, como é possível não ver que quem fracciona e enfraquece a luta dos trabalhadores é quem actua desta forma e não quem defende um combate consequente contra a política do grande Capital?
No caso desta manifestação, essa posição consequente significaria uma mobilização intensiva e por toda a parte, a todos os níveis da sociedade, a preparação e a convocação da manifestação para um local com carácter simbólico de luta contra o poder político (Terreiro do Paço ou S. Bento) e onde todos os manifestantes pudessem caber e ouvir devidamente as intervenções, estas pudessem ser feitas por representantes de todas as forças e correntes de opinião apoiantes da mesma manifestação e onde as questões da convocação de uma Greve Geral Nacional contra o PEC e a luta pelo derrube do Governo fossem claramente apontadas como as perspectivas e os passos seguintes.

E é por isso que nos devemos continuar a bater!...

10 comentários:

  1. Sou aposentada de uma EP, compareci a esta manifestação não por defender esta ou a outra C.Sindical. Ainda deve ser tempo de dizermos basta às políticas governamentais assim, fui a esta e irei a todas as manifestações de rua com o mesmo objectivo, é imperioso apresentarmos um cartão vermelho aos governantes.

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  2. E depois? Nada! Eu acho que existem Portugais paralelos que de vez em quando se intersectam: o Portugal dos Grandes (€), o Portugal dos Pequeninos, o Portugal dos Futebóis, Telenovelas e Festivais, o Portugal dos que Acreditam, o Portugal dos Miseráveis, o Portugal dos Chicos Espertos, o Portugal dos Aldrabões, o Portugal dos Mafiosos, o Portugal dos Lambe-Botas, o Portugal dos Revolucionários Cheios de Reumático, O Portugal dos Revolucionários de Porsche, o Portugal dos TV_dependentes, o Portugal dos Astrólogos, o Portugal dos Homens da Ciência, o Portugal de Gente Trabalhadora, o Portugal dos Subsidio-Dependentes, ... quem é que vai lutar contra quê e contra quem ou a favor de quê e de quem? Ou como está na moda quem é que vai dançar com quem? Qual é a "cola" para colar estes Portugais? Acho que estamos muito mal (Portugal dos Pessimistas). Ivo Schmied, 31/10/2010

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  3. Entre um de dezenas de exemplos, surge agora a solução para cobrar as scuts, via verde, o.k.!!
    Para quem não sabia, o famoso chip de matriculas, não é nada mais nada menos que um identificador de via verde, se bem se recordam, todos os partidos da oposição se opuseram ao chip, dependendo a sua aprovação de voto na assembleia da república, mas eis que o srºsecretário de estado Paulo Campos, saca da cartola uma mirabolante jogada de mestre pauliteiro, então não é que a partir de 1 de julho todas as viaturas em portugal vão estar OBRIGADAS, a colocar o chip, perdão a via verde,afinal sempre vamos ser OBRIGADOS a colocar chip, certo? Quer dizer, o milagre da mudança de nome sempre causa um efeito, apaziguador.E agora?!? Ninguem na oposição sabia que o chip era via verde, ninguem?!? Serei só eu? Serei só eu a ver que milhares de funcionários, vão para a rua, brisa, aenor, gestiponte, lusoponte, mafra atlantico, autoestradas do atlantico, serei só eu a ver que o futuro vai ser cobrar em tudo que é sitio, bastando só montar uns pórticos.Onde estara a parte legal desta situação?, tudo isto afinal do chip, era só para cobrar auto-estradas, quem diria.

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  4. quando o governaogasta valores exorbitantes em ninharias como são por exemplo denunciadas no blog do luta popular é uma vergonha virem pedir ao povo para fazer qualquer esforço que seja.É penas estas coisas não serem denunciadas em plenos pulmões e em jornais de 1ª pagina, e estas greves/manifestações serem mais romarias do que mobilizações é tudo um conluio dos mais poderosos para se protegeram uns aos outros e continuarem a ter uma vida escandalosamente luxuosa. Faz falta que se separe as aguas e que essa gente seja efectivamente presa pq. para mim gastar o que se gasta não é desperdício/má gestão é claramente corrupção.

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  5. Cara Giasantos, é claro que deveremos continuar a ir a todas as Manifestações e formas de luta contra todos os PEC's e quejandos e pelo derrube do Governo que os aprova e aplica. Mas é também muito importante que nos preocupemos com a direcção e os objectivos que essa luta deve tomar sob pena de se tornar ineficaz e inglória.

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  6. Caro Ivo Schmied, estamos de facto muito mal mas porque a política que tem sido seguida e aplicada é exactamente a da protecção dos interesses dos golpistas, dos especuladores, dos exploradores contra aqueles que vivem do seu trabalho e porque há, é preciso reconhecê-lo também, uma não assunção das responsabilidades pelas escolhas que se fazem.

    A verdade é que muitos dos que protestam hoje contra o PEC votaram no PS nas últimas eleições e a grande maioria dos que dizem que Portugal vai de mal a pior, ao longo dos últimos 30 anos sempre votaram, designadamente em nome do voto útil, no PS ou no PSD e entenderam que as outras posições políticas e correntes de opinião não tinham direito a poder exprimir-se e muito menos a ter a sua oportunidade de mostrar o que valem.

    Não deixar que sejam os outros a decidir por nós e a construir o nosso futuro é seguramente a tal "argamassa" de que tanto precisamos...

    E por mais pessimistas que possamos estar, nunca devemos desistir de lutar por aquilo que consideramos que é justo.

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  7. Caro Paulo Silva, é óbvio que todos sabiam o que são os identificadores e é óbvio também que para os Partidos que estão no Parlamento os princípios são algo que logo que se esquece quando se trata de dinheiro...

    E a verdade é que os identificadores não apenas propiciam cobranças muito mais eficazes como também a possibilidade de controlo da localização de qualquer viatura em termos verdadeiramente "orwellianos".

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  8. Caro Miguel Gonçalves, é por isso que é tão importante que as posições e as denúncias verdadeiramente revolucionárias possam ter uma expressão cada vez maior.

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  9. Esta noticia demonstra uma verdade vergonhosa, esta que se passa na China. Passo a falar de uma realidade que só podia acontecer num sítio bem pior que a Republica Popular da China: Trabalho numa empresa de distribuição/logística com 30 trabalhadores começo a trabalhar às 7h30m da manhã e acabo nunca antes das 20h30 da noite (tem dias que é mais tarde), com 10 minutos para almoçar (a hora de almoço é utilizada para descarregar e carregar as viaturas), este horário é imposto por existir uma isenção de horário que acresce 180€ ao ordenado mínimo e que segundo o patrão nos obriga a trabalhar as horas que ele bem entende. Para controlar melhor a força de trabalho o Sr. meu patrão atribui um premio de produção no valor de 100€, escusado será dizer que por este ou por aquele motivo nunca recebi o dito premio, descobri rapidamente que os 100€ afinal não eram um premio mas sim o chicote punidor do senhor esclavagista. Acrescentar a isto que as relações empresa/funcionários é repressiva e … difícil de explicar (só consigo comparar com as histórias que ouvi contadas por pessoas que viveram e trabalharam durante o regime do estado novo). Esta situação de horários de 13 e 14 horas de trabalho multiplica-se por inúmeras empresas de distribuição/logística e em que os trabalhadores são tratados na ponta dos chicotes, o mais engraçado é que isto se passa em PORTUGAL e eu nunca vi na televisão ou meios de comunicação social reportagem alguma sobre o assunto. Eu estou disposto a reclamar pelos meus direitos de trabalhador e a por termo a esta escravatura á qual estou a ser submetido, mas não sei como o posso fazer, claro que perderei o posto de trabalho ao reclamar mas já não aguento muito mais esta situação mesmo porque estou próximo do esgotamento físico e psíquico porque diariamente só consigo descansar umas horas. É assim que vai este Portugal 35 anos depois da revolução dos cravos igual ao que era antes, continuo a achar que devíamos olhar primeiro para dentro do nosso país e tentar conhecer a nossa realidade antes de apontar o dedo a outros, cá passam-se coisas tão graves ou mas graves ainda, afinal de contas vivemos numa ditadura que não é fascista ou do proletariado é muito pior, porque nos dá a ilusão de termos o controle nas nossas mãos, assim elegemos de 4 em 4 anos uma ditadura burguesa, a pior de todas as ditaduras, mas A LUTA CONTINUA…

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  10. Caro Luís3m,

    Obrigado pelo seu comentário e a sua denúncia é mais importante e actual do que nunca!

    Na verdade, através do expediente de pagar como salário base o salário mínimo nacional ou pouco mais acrescido duma chamada isenção de horário de trabalho, estão hoje a praticar-se "legalmente" jornadas de trabalho de 10, 12 e mais horas diárias.

    E sobre estas questões ninguém fala, muito em particular os "especialistas" da nossa praça, muitos deles com remunerações e/ou pensões douradas de toda a espécie, que todos os dias pregam como "solução" para a crise o abaixamento dos salários!...

    E com sindicatos que não abrem a boca sobre estas barbaridades e que fogem de falar em lutas, mais ainda, em greve geral, também não vamos lá. Mas é óbvio que, como refere, devemos continuar a lutar e um dia essa luta vai mesmo acabar por se impor.

    Como bem refere, "A Luta continua...".

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