domingo, 21 de fevereiro de 2010

SOLIDARIEDADE PARA COM O POVO DA MADEIRA E FIRME APURAMENTO DAS RESPONSABILIDADES!

Perante toda a tragédia que se abateu sobre o povo da Madeira e que, obviamente, atingiu sobretudo as pessoas mais pobres e que vivem em condições mais degradadas, devemos antes de mais expressar o nosso mais profundo pesar e a nossa mais viva solidariedade para com os familiares e amigos dos falecidos e desaparecidos.

Deveremos também fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para ajudar à reconstrução do que foi destruído e, sobretudo, para apoiar as vítimas desta catástrofe, muito em particular as que nela perderam tudo.

Mas impõe-se igualmente, até para evitar a repetição futura de tragédias como esta, tirar as devidas lições das terríveis dimensões que as consequências da intempérie desta vez assumiram e apurar as respectivas responsabilidades e os respectivos responsáveis aos diversos níveis, desde o ordenamento do território e o licenciamento da construção aos serviços de meteorologia e à protecção civil. Pois não pode ser impunemente que a vegetação e a floresta sejam sucessivamente depauperadas ou destruídas, que se permita a construção em ravinas instáveis ou em leitos de cheia, que não se consiga prever a tempo a real dimensão de um temporal destes ou que se não consiga aconselhar antecipadamente as pessoas sobre o que devem fazer para se salvarem!

Um forte e apertado Abraço aos nossos irmãos madeirenses.

11 comentários:

  1. Uma verdadeira catástrofe. A culpa, essa, prepara-se para morrer solteira…Podemos tirar daqui várias ilações, desde logo que tudo isto resulta de um péssimo planeamento urbanístico, e não é de agora, a história encarregou-se de aumentar esta bola de neve que se desfez em tragédia. Há que prestar auxilio ás pessoas que ficaram sem nada, sem reservas, sem mascaras orçamentais.
    Interessante, é um outro ponto, esse que também me preocupa e não é pouco. Falamos da tal liberdade de imprensa. Ou muito me engano, ou Alberto João Jardim está a tentar camuflar o número de vítimas para evitar alarmismos na área do turismo. Tudo o que ele poder controlar, com certeza será controlado. Isso deixa-me preocupado. Abraço

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  2. Neste primeiro momento julgo que as palavras e os gestos essenciais devem ser de solidariedade. É claro que também se terá de discutir, séria e aprofundadamente, o que se passou, as suas causas nas diferentes vertentes e, sobretudo, o que tem de ser feito e como para evitar novas tragédias.

    Mas isso - impõe-se que seja dito - não se faz com meras declarações genéricas, por mais bem intencionadas que elas sejam. Por exemplo, é preciso compreender que dos 737 km2 de área da Madeira mais de metade são ocupados pela laurissilva e da outra metade grande parte são escarpas, ravinas, leitos de cheia ou as respectivas margens. O que significa que a parte que fica liberta para a construção, sobretudo para a construção mais barata, é a zona costeira do Sul da ilha. É aliás por tal razão que metade da população da Madeira (ilha que tem uma das mais altas densidades populacionais da Europa e do mundo) reside na zona do Funchal.

    Tudo isto significa uma coisa que, sem escamotear responsabilidades por uma série de coisas erradas feitas (os parques de estacionamento de três pisos abaixo do nível das ribeiras são uma delas), não pode deixar de ser tida em conta - é que os custos quer da construção de qualidade e resistente a estes processos de aluvião quer a salvaguarda e manutenção da laurissilva implicam meios financeiros muitíssimo elevados que devem ser o País, a União Europeia e até a Unesco a suportar.

    Por outro lado, e como é óbvio, a tentativa de controlar a informação e impedir que se conheça toda a dimensão da tragédia deve ser criticada e repudiada. Mas pode, sobretudo quando as pessoas se começarem a interrogar sobre o que se passou e as respectivas causas, "virar o feitiço contra o feiticeiro"...

    Mas, uma vez mais, a hora presente é sobretudo de solidariedade e de apoio.

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  3. Dr. Garcia Pereira,
    Quanto ao camuflar, no comentário acima, já em 25 de Novembro de 1967 nas cheias em Lisboa, foi completamente escondida a real dimensão dos estragos da catástrofe.
    Parece que voltamos ao Estado Novo, Dr. Garcia Pereira.
    O País está de tal forma "violado", que o medo destas alterações climáticas e das suas consequências vai agravar-se imenso. A Natureza começa a demonstrar a sua fúria.
    Já para não falar em terramotos. Destruiram quase todas as infraestruturas anti-sísmicas que o Marquês de Pombal teve o cuidado de mandar fazer após o terramoto de 1755!
    Túneis, metro, parques subterrâneos, etc.
    Estes políticos portugueses comprados pelos capitalistas, cometem destes crimes todos os dias! "Viva" o lobbie da construção civil, que vai matar muitos, um dia!
    "Viva" a falta de educação e informação, na prevenção de catástrofes deste País!
    Estes políticos que se vendem por um posto ou por uns cheques, deveriam desaparecer do mapa! Esses sim!
    Estou solidária com o povo madeirense e furiosa com os altos responsáveis, que provocam mais estragos e mais vítimas, do que aquilo que uma boa formação e educação poderia imaginar!
    35 anos de governos "viciados" do centrão, foi no que deu. Poderá vir a ser muito pior, porque não acontece só aos outros.

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  4. GP,
    As questões que aponta nesta sua resposta ao comentário acima são importantes. No entanto, nenhuma das inúmeras reportagens sobre a trágedia focou esses aspectos.
    É a informação que nos impingem!
    Obrigada.

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  5. Meus caros,

    Neste momento e face à gravidade da tragédia que se abateu sobre a Madeira, devemos ser todos madeirenses e esse apoio é uma questão basilar, não de qualquer "esmola" mas sim de cidadania e mesmo de unidade nacional.

    Mas é evidente que há que tirar lições do que agora se passou pois, como já tive oportunidade de dizer na RTP1, "se ilhas como a Madeira podem ser sinónimo de calamidade, temos de fazer por que nunca mais possam ser sinónimo de tragédia".

    E tudo o que seja querer fazer sensacionalismos com a tragédia ou pretender escamotear a real dimensão da mesma é profundamente errado e deve merecer a nossa crítica.

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  6. Dr. Garcia Pereira:
    Quero dizer-lhe que subscrevo incondicionalmente a sua abordagem da recente catástrofe ocorrida na Madeira e aproveito para renovar o convite feito em tempos para vir enriquecer o "Quisto Didáctico" [que pretende ser um "sítio" alternativo aos modelos de lavagem cerebral dos média em geral] com os seus comentáqrios e as suas sempre estimulantes observações.
    Quando quiser, já sabe...
    Cordiais saudações!
    Carlos Machado Acabado

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  7. Caro Dr. Carlos Machado Acabado,

    Agradeço-lhe o seu comentário e pode contar que vou passar a estar atento ao seu blog, o qual já estou a "seguir".

    Saudações.

    António Garcia Pereira

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  8. Lá o espero! Lá o espero!
    Cordialíssimas saudações!

    Carlos Machado Acabado

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  9. Subscrevo.Não podemos na emoção da tragédia esquecer as responsabilidades devidas aos licenciamentos de operações urbanisticas perfeitamente contra as mais elementares regras de gestão e de planeamento do território...a ganância e "complôt" de Amigos do Gov.Regional, amenizada por aqueles que ficam contentes e agradecidos por terem trabalho nas obras publicas e privada,tem de ser objecto de uma análise séria e serena!!!Abraço!

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  10. Subscrevo o que diz e espero que passada esta fase a Madeira se reabilite e cuide do seu património florestal. Recordo-me da ilha dos meus tempos de adolescente, altura em que nela vivi com avós, tios e primos, e que era duma grande beleza pela riqueza das suas árvores ao longo das serras.

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  11. Caros Manuel Clemente e Jorge,

    Obrigado pelos vossos comentários e acompanho-vos nos votos que formulam.

    Um abraço,

    António Garcia Pereira

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