A denominada marcha da Geração à Rasca foi um indiscutível êxito, não apenas pela adesão quantitativa que teve, em particular em Lisboa e no Porto, como também pela natureza ampla de que se revestiu, juntando, ao invés do que proclamavam alguns dos escribas oficiais da nossa praça, muitas pessoas de diferentes idades e gerações, e finalmente pela própria expressão nacional que assumiu.
Na verdade, esta vaga de protesto, levantada em larga medida de forma e por meios espontâneos e muito simples, tornou-se um facto político e social absolutamente incontornável.
E por tudo isto, e antes de mais, estão de parabéns os seus Jovens organizadores, a quem daqui dirijo, e uma vez mais, as minhas calorosas felicitações.
Em segundo lugar, julgo ser inegável que, apesar de todas as colagens (até Cavaco Silva, no dia da sua posse, descobriu que havia Jovens em Portugal e que eles tinham razão!?...) e de todas as manobras de desmobilização e até de provocação orquestradas contra a manifestação e o que ela representava (o PS é indubitavelmente o partido político mais incomodado com a marcha, mas indiscutivelmente todos os partidos políticos parlamentares, a começar pelo PSD, também se sentiram, e fundadamente, postos em causa por ela), o certo é que a mesma marcha demonstrou não apenas o isolamento e o desmascaramento do Governo como, o que é mais importante, que muitos Portugueses, e em especial a grande maioria dos Jovens, já compreenderam que o caminho seguido até aqui por aqueles mesmos partidos não serve de todo. Ou seja, já sabem o que não querem, embora ainda não vejam com clareza o que exactamente querem e deve agora ser feito.
É por tudo isto que a partir daqui é muito importante que este amplo movimento não apenas não esmoreça como se imponha a discussão aberta, franca e democrática – ou seja, sem a habitual imposição dos pontos de vista dos partidos do poder e dos seus ideólogos - acerca da situação do País, dos erros cometidos e das respectivas responsabilidades, e de qual o plano estratégico e o programa de medidas que devem ser tomadas para que Portugal seja o País moderno, progressivo e justo que todos, e em particular os mais Jovens, merecemos.
Ou seja, do que se trata agora é de este movimento, que nasceu espontâneo e inorgânico, debata e se fixe a si próprio objectivos. Para que não se “navegue à vista” e, não obstante toda a genuinidade e generosidade dos cerca de 300 mil cidadãos que desceram às ruas no passado Sábado, essa enorme força social não esmoreça nem se dilua…
Na verdade, esta vaga de protesto, levantada em larga medida de forma e por meios espontâneos e muito simples, tornou-se um facto político e social absolutamente incontornável.
E por tudo isto, e antes de mais, estão de parabéns os seus Jovens organizadores, a quem daqui dirijo, e uma vez mais, as minhas calorosas felicitações.
Em segundo lugar, julgo ser inegável que, apesar de todas as colagens (até Cavaco Silva, no dia da sua posse, descobriu que havia Jovens em Portugal e que eles tinham razão!?...) e de todas as manobras de desmobilização e até de provocação orquestradas contra a manifestação e o que ela representava (o PS é indubitavelmente o partido político mais incomodado com a marcha, mas indiscutivelmente todos os partidos políticos parlamentares, a começar pelo PSD, também se sentiram, e fundadamente, postos em causa por ela), o certo é que a mesma marcha demonstrou não apenas o isolamento e o desmascaramento do Governo como, o que é mais importante, que muitos Portugueses, e em especial a grande maioria dos Jovens, já compreenderam que o caminho seguido até aqui por aqueles mesmos partidos não serve de todo. Ou seja, já sabem o que não querem, embora ainda não vejam com clareza o que exactamente querem e deve agora ser feito.
É por tudo isto que a partir daqui é muito importante que este amplo movimento não apenas não esmoreça como se imponha a discussão aberta, franca e democrática – ou seja, sem a habitual imposição dos pontos de vista dos partidos do poder e dos seus ideólogos - acerca da situação do País, dos erros cometidos e das respectivas responsabilidades, e de qual o plano estratégico e o programa de medidas que devem ser tomadas para que Portugal seja o País moderno, progressivo e justo que todos, e em particular os mais Jovens, merecemos.
Ou seja, do que se trata agora é de este movimento, que nasceu espontâneo e inorgânico, debata e se fixe a si próprio objectivos. Para que não se “navegue à vista” e, não obstante toda a genuinidade e generosidade dos cerca de 300 mil cidadãos que desceram às ruas no passado Sábado, essa enorme força social não esmoreça nem se dilua…
Quem lá esteve sabe bem que, apesar de toda a diversidade, havia um sentimento comum de descrença face ao "bloco central" e parcialmente em relação à política partidária em geral. Claro está que alguns abutres de juventudes partidárias de partidos com ambições de poder lá estiveram a tentar capitalizar e dirigir o bode expiatório unicamente para o PS, mas não me parece que venham a ter sucesso na camuflagem do sentimento de protesto ali presente, bem mais profundo do que circunstancial.
ResponderEliminarO que para mim foi esse dia tem a importância que tem, dado que cada um diria algo ligeira ou substancialmente diferente. Mas não são poucos os que acham, como eu, que o dia 12 foi o culminar de décadas em que o povo esteve calado a aguentar (como um saco de boxe) as políticas que visam a perda da soberania nacional para as instituições internacionais e o sistema económico global, entidades tudo menos democráticas. E mais, para muitos o dia 12 foi a abertura de um novo ciclo (muito mais que o discurso do PR) ciclo esse que não acaba com eleições antecipadas nem com mudanças cosméticas entre os 2 partidos que nos governam.
A grande maioria das pessoas que saíram à rua não têm votado mas não duvidem que a qualquer momento o virão a fazer. Estejam atentos e não desprezem a força do POVO pois estamos prestes a ter em Portugal uma força (a-)política capaz de aglutinar a maioria dos usuais abstinentes e rivalizar com os maiores partidos na "absorção" dos indecisos crónicos. Em conjunto com alguns pequenos e médios partidos que não tiveram (até ver) responsabilidades governativas o cenário político em Portugal pode muito bem dar uma volta de 180º já nas próximas eleições. E enquanto o "centrão" continua a pensar que a rotatividade ao centro é eterna e a guerrearem-se pelo melhor momento de irem a eleições, cada vez mais gente entende que andam a brincar com o POVO e só querem estar no poder, tanto PS como PSD, com políticas equivalentes, nenhum é solução para resolver a situação que uns e outros nos deixam, mandato após mandato.
Se num par de dias se organizou este movimento, num par de semanas haverá um ou mais movimentos cívicos e a realidade no dia das eleições não terá nada a ver com o projectado por quem, tacticamente, dissolver a assembleia ou se demitir, umas semanas antes.
Enquanto os pseudo-socialistas e os pseudo-sociais-democratas de degladiam para deixar a batata quente do FMI uns aos outros, o país aglutina-se contra o "centrão" e cada vez mais gente acredita que é desta que PS PSD e CDS ficam abaixo dos 50%. Para quem não acredita nisso, que vão para a rua sondar o POVO. Tomem em conta os novos eleitores e todos os que não têm votado. Basta que uma parte razoável da abstenção desta vez vá às urnas. E para tal basta que este movimento, por agora nas ruas e na Internet, assuma as suas responsabilidades e nem duvidem que no momento certo isso acontecerá, porque como se viu no dia 12..... O POVO ESTÁ FARTO!
A Lotus,
ResponderEliminarApreciei bastante o seu comentário, até por chamar a atenção para o facto de que o modo como esta manifestação foi preparada, a dimensão que assumiu e o impacto que teve, mostram bem como o Povo está de facto cada vez mais farto dos partidos que têm estado no Poder (PS e PSD) e que a pretensa inevitabilidade de se ter de votar num ou noutro daqueles partidos está a chegar ao fim.