A decisão do Tribunal Judicial de Oeiras, julgando procedente a providência cautelar intentada pelo PCTP/MRPP face ao ostensivo desrespeito pelas três televisões do princípio constitucional da igualdade de tratamento e de oportunidade de todas as candidaturas, constitui, inequivocamente, uma importante vitória e a vários títulos.
Antes de mais, por significar a consagração formal de que aquele princípio não pode ser aniquilado ou sequer restringido sob qualquer tipo de pretextos, e designadamente os chamados “critérios jornalísticos”, constituindo por isso tal sentença uma vitória da própria Democracia.
Depois, por representar a demonstração de que “David pode vencer Golias”, ou seja, que uma força política de menor dimensão e com menos meios financeiros, mas que não transige nos princípios e não cede perante as entidades e os interesses mais poderosos, pode afinal vencer os Partidos do Poder, as televisões e até a ERC (que, através da Srª Estrela Serrano, testemunhou a favor das televisões?!) ao seu serviço.
Finalmente, a reacção das três televisões à decisão judicial não pode deixar de merecer, também, uma séria reflexão. A multiplicação de esforços e o interminável desfilar de toda a sorte de jornalistas, comentadores, opinadores e especialistas a procurarem, por todos os meios, ridicularizar e descredibilizar a sentença, e a criticarem e atacarem – sempre sem contraditório, note-se – o próprio PCTP/MRPP, como requerente da providência, tornam afinal bem claro qual a campanha eleitoral que a Troika e os Partidos que a apoiam, ou seja, o PS e o PSD acolitados pelo CDS, pretendem que seja levada a cabo e o papel que, com esse objectivo, nela atribuíram às televisões.
Ou seja, em tal campanha só podem falar os 5 partidos do Parlamento, e à candidatura do PCTP/MRPP - que se atreve a defender que o Povo Português não deve pagar a dívida e que é possível construir uma via alternativa de desenvolvimento da economia nacional – não pode ser dada possibilidade de difundir as suas ideias, sob pena do gravíssimo perigo de um número crescente de cidadãos com elas concordarem e a elas aderirem.
E o temor, o desespero e o desplante de tal gente são de tal ordem que, pouco mais de 24h após a sentença do Tribunal de Oeiras, a RTP se arroga levar a cabo um debate com os cabeças de lista pelo círculo eleitoral de Lisboa com… apenas os 5 partidos Parlamentares!
Esquecem-se, todavia, e como já se viu, que, embora gigantes, têm pés de barro!
Dr. Garcia Pereira
ResponderEliminarEstá muito arreigado no nosso ignorante povo, que a Esquerda "come criancinhas ao pequeno-almoço" !!
É esta a explicação que encontro para esta governação bipolar, que nos tem perseguido. E duvido muito, que mesmo que tivéssemos o tempo de antena dos outros partidos, conseguíssemos muitos mais votos (eu simpatizo com o PH), mas para mim qualquer governo de Esquerda serviria, considerando que o PS não é de esquerda.
A minha convicção é que quem QUER, PROCURA!
Ou seja, quem quer mudança procura alternativas. E este stato quo, deve-se ao grande défice de politização dos portugueses e da falta de valores de cidadania inerentes. E é por aí que temos que começar.
E quando formos para a rua, não vamos gritar por empregos, vamos gritar pela mudança de paradigma político e económico, com responsabilização de toda a classe política, passada e futura. Se começarmos a exigir a mudança para uma Democracia Participativa e um modelo económico cooperativo, o emprego e o bem-estar social virá por acréscimo.
Os partidos de esquerda em vez de VIR para a rua só em tempo de campanhas, têm que ESTAR nas ruas, nos bairros, nas escolas...e perguntar aos cidadãos o que querem para o seu futuro: se querem viver como escravos com a "miragem" de um dia também poderem ser ricos (?!) ou, se querem viver num sistema onde podem participar nas decisões, com acesso a educação e saúde de qualidade, produzir os bens alimentares essenciais, terem tempo para a família, o lazer e a cultura... e deixar de uma vez por todas de se encontrarem miseravelmente acorrentados à omnipotente e omnipresente Banca, que nos domina (?!)
Um filme a ver e a difundir... claro que isto não interessa aos Media! Daqui a uns meses estaremos como a Grécia. Legendas em cc subtitles: Debtocracy
ResponderEliminarUm abraço e força Dr. Garcia Pereira.
O problema é a lucidez e clareza com que o seu partido apresenta as coisas, ora, a meu ver: as pessoas gostam de grandes festas, são levadas pelos sonhos e pelos momentos e depois... depois é o que estamos a viver, infelizmente. Por outro lado existem partidos que apresentam todo o tipo de alternativas e utilizam termos "deliciosos", tipo esquerda criativa , entre outros, isso existe? Para mim , não! Mas além de leiga em política, sempre tive uma tendência para avaliar
ResponderEliminaros acontecimentos ao meu modo, talvez estranho, quiçá...