terça-feira, 27 de outubro de 2009

A posse do novo Governo - mais do mesmo!

A posse do novo Governo não trouxe nada de novo nem augura nada de bom para o Povo Português. Na verdade, para além de retirar do Executivo os Ministros mais "queimados" da anterior equipe, como os da Educação, da Justiça e da Agricultura, Sócrates continua a mostrar uma gritante incapacidade democrática de compreender o que é um Governo minoritário. E de perceber os últimos resultados eleitorais - é que ele não foi eleito para aplicar o Programa do PS e o Povo tirou-lhe a maioria absoluta exactamente para isso. Passados os flashes desta cerimónia, bastará esperar pela proposta do novo orçamento de estado para se verificar que, não obstante as poses e os sorrisos oficiais, "os lobos podem perder os dentes, mas nunca perdem os intentos"...

foto de Nuno Ferreira Santos (Jornal Público)

5 comentários:

  1. Como diz, mais do mesmo!... Autênticos lobos!
    Vou aqui deixar um excerto de uma crítica ao livro "A Morte de Portugal", um livro a ler:


    «em nome de um orçamento metafísico e de uma canina imitação do pior da Europa, terão sido eliminados por este os curtos direitos ganhos pelas populações desde o 25 de Abril de 1974 (ter escola na sua terra, ter maternidade na sua terra, ter assistência hospitalar na sua terra, ter dinheiro suficiente para ir ao dentista, ter reforma garantida). É um Portugal solto, desregrado, cheirando alarvemente a dinheiro, os ricos por o terem, os pobres por o desejarem, todos por nas “Índias” o espreitarem, isto é, na mirífica Europa.».
    «títeres janotas que transfiguram a nobre arte da política numa cinzenta cadeia técnica de raciocínios casuais», «uma nova geração de engenheiros e economistas totalmente desprovida de espírito histórico», escreve o ensaísta:
    português, que a segue como “bom aluno”.

    Por fim, o do CANIBALISMO CULTURAL, o complexo canibalista, «que alimenta o desejo de cada pai de família portuguesa de se tornar súbdito do chefe ou do patrão, “familiar” do Tribunal da Inquisição, sicofanta da Intendência-Geral de Pina Manique, “informador” de qualquer uma das várias polícias políticas, carreirista do Estado, devoto acrítico da Igreja, histrião da claque de um clube de futebol, bisbilhoteiro do interior da casa dos vizinhos, denunciador ao supremo hierárquico», aludindo-se, na actualidade, à «perseguição a funcionários públicos rebeldes pelos poderes partidários instituídos pelo governo de José Sócrates/Cavaco Silva.».
    Resta aos homens de bem virarem as costas a esta nova elite tecnocrática que assaltou e se apoderou do Estado português (..) e, se puderem, emigrarem.

    A «”morte de Portugal” não significa que Portugal desapareça (Portugal “dura”, escrevia Eça de Queirós durante a crise do Ultimatum; é, aliás, a sua grande virtude, não dar felicidade ao seu povo, mas durar, sobreviver, existir por existir, criando contínuas mitologias que justifiquem a sua existência)», diz Miguel Real .A morte de Portugal residirá, então, no desaparecimento de toda a originalidade portuguesa substituída pela vertigem estrangeira por uma «ditadura tecnocrática» instituída por «técnicos medíocres» para quem só conta «primeiro, a contabilidade das estatísticas, e, segundo, o sentido europeu das estatísticas». Acrescenta Miguel Real:

    Um livro que descreve de uma forma realista o destino do País, posto nas mãos destes lobos, sem ofensa para os animais... claro.
    Desgraçadas das minorias!... É mesmo A MORTE DE PORTUGAL!

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  2. Belas e actuais palavras essas, as de Eça de Queirós! Mas discordo de que se diga que é a morte de Portugal ou de que aquilo que nos resta seja emigrar. Temos é de combater o que está errado e lutar por uma nova sociedade.

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  3. Temos sim, caro Dr. Garcia Pereira.
    Quando me conseguir explicar, como é que Homens fíeis aos Príncípios, Valores e Ética, cá neste Portugal são "triturados" pela corrupção, pela impraticabilidade da Justiça e consequentemente afastados de cargos de poder...
    Dou-lhe este recente exemplo da Operação Face Oculta... Quantas operações destas morreram já nas mãos da "Justiça", começando pelo caso Camarate e acabando no caso Aviões da CIA?
    Parece que uns casos, tendem a substituir e a tentar lançar as brumas sobre outros, de importância nacional e ameaçadores para a Democracia. Assim não vamos lá... até que haja uma verdadeira revolução... não estou a ver o povo português com esssa vontade, estou a sentir que os casos são falados até à exaustão, passando quase irreversívelmente ao esquecimento, pelo menos das maiorias. Depois existe o arquivamento dos processos... Isso admite-se?! Como seriam então, criminosos da IIª Guerra, julgados num passado recente, se essa lei vigorasse nas Democracias?!
    Cá, arranjam-se um ou dois bodes expiatórios e está o caso arrumado, depois de um circo mediático gigantesco.
    A tal ditadura tecnocrática, que se apoderou do País e que está apostada na sua "destruição".
    Não concordo com a emigração, mas é já um facto, especialmente de pessoas que seriam uma mais valia para o desenvolvimento do País, em todas as áreas. Já acontece na minha família... quer investigar? que remédio senão ir parar à Escócia. Exemplos destes, são já aos milhares...
    É uma lástima, que as palavras de Eça continuem actuais, Demonstram a persistência do nosso povo, a não lutar por um País melhor.
    Aqueles dois homens detidos, penso que à porta da AR, fizeram-me sentir orgulho, só tive pena de não ter lá estado ao lado deles... apenas dois!
    Povo de brandos costumes para quem não merece e carrasco para os que são dignos, no mínimo ao benefício da dúvida... que particularidade tão estranha a deste povo. Lutar sim, mas a "Justiça" esmaga os resistentes e promove os tiranos, aqui as palavras de protesto são vãs. É necessário que haja escrúpulos.
    Face oculta, tem já o País quase todo.
    Como diz Eça Portugal tem o condão de sobreviver... eu preferia que fosse como Fénix e renascesse das cinzas, puro e "lavado".

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  4. Para mim não há nada a fazer, o sistema está totalmente controlado, dentro de uma redoma blindada, constituída pelos senhores do sistema financeiro que já tomaram posse do sistema jornais – televisões – rádios e do financiamento dos partidos. Não há porta de fuga. Os centros de decisão não estão em Portugal. Os actores da Comunicação Social e da Política são simples agentes que executam ordens imanadas de algures. Isto não é ficção, nem é nenhuma teoria da conspiração.
    É preciso que os países “democráticos” continuem a parecer democráticos. Porém, quem manda nesses países já não são os parlamentos ou os outros órgãos de soberania, são os Senhores da Finança, que compraram os média e contrataram os especialistas em Ciência Política que se encarregam de por este ou aquele partido no poder, este ou aquele personagem na Presidência da República ou no Supremo Tribunal de Justiça. Daí as aparentes trapalhadas a que vimos a assistir nas últimas décadas. Na realidade são só encenações teatrais para que o povo (os incautos) pense que vive em democracia.

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  5. Meus caros,
    Os vossos comentários só demonstram que de facto não vivemos em democracia, ou melhor, que a democracia burguesa não passa de uma forma de ditadura e que os problemas que hoje cada vez mais afectam aqueles que vivem do seu trabalho não podem ser consequentemente resolvidos por meras reformas ou melhoramentos do sistema capitalista, mas antes pelo seu derrube e pela sua substituição por uma sociedade nova em que a exploração e a opressão do Homem pelo Homem tenham sido banidas. E é isso, é essa mudança radical, chama-se simplesmente Revolução...

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