sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A "salamização" social

Já o disse e volto a repeti-lo: o ensino é uma ferramenta fundamental, diria mesmo que é a arma do progresso e do desenvolvimento de qualquer país no século XXI.
Como forma de esconder a ausência de ideias do que deve ser o ensino voltado para o futuro, ao serviço da construção de um país progressista e competitivo, assistimos a uma táctica política hábil, por parte do governo, que consiste em procurar um bode expiatório e fazer cair em cima dos professores todos os ódios e todos os opróbrios do estado caótico em que se encontra a educação.
A luta que os professores travam é uma luta muito importante, porque pôs a nu que nada daquilo - o sistema de avaliação, a nova lógica de organização e da gestão das escolas – tem a ver com a qualidade do ensino, com um ensino ao serviço do progresso do país. Tem apenas a ver com uma táctica de “salamização” dos diversos sectores profissionais, para atirar a opinião pública contra cada um deles, sucessivamente, e com isso justificar medidas profundamente erradas e anti-populares como as que foram sendo tomadas pelo governo de Sócrates.

2 comentários:

  1. "Não votem neles" - no PS, porque tudo fez para humilhar e espezinhar os professores, e no PSD ou no CDS, porque nos primeiros dois anos do governo Sócrates apoiaram todas as suas medidas na educação, e foi só quando a luta dos professores invadiu as ruas é que estes dois partidos acharam conveniente, por oportunismo, demarcar-se dessas medidas. Quanto ao PCP e ao BE, é de criticar nesses partidos as preocupações quase exclusivamente eleitoralistas com que encararam a luta dos professores. Se não fosse isso, e a influência que sobretudo o PCP teve sobre a actuação da FENPROF, talvez se tivesse podido cortar o mal pela raiz, logo após a grande manifestação de 8 de Março de 2008. Não o quiseram esses partidos e preferiram ir capitalizando o descontentamento dos professores para o transformar em votos nas presentes eleições. Neste aspecto, PSD, CDS, PCP/CDU e BE são irmãos no oportunismo. Não será assim?

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  2. Concordo inteiramente consigo e julgo que, na verdade, os factos (em particular os que indicou) falam por si...

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