quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Um verdadeiro golpe de Estado palaciano !
A comunicação de Cavaco Silva de terça feira à noite, em meu entender, só veio comprovar que tinha razão quando exigi que ele desse explicações ao País, pedisse desculpa aos portugueses e renunciasse ao cargo. Na verdade, o que Cavaco veio dizer é que não é crime nenhum encomendarem-se "notícias" aos jornais, que não acredita que o seu Assessor tenha feito algo de mal mas que mesmo assim o demite. E, finalmente, que suspeita que o sistema de comunicações informáticas da Presidência da República foi devassado por alguém, que obviamente só pode estar ligado ao Governo. Mas se assim é, todas as questões que coloquei aquando da demissão do Assessor Fernando Lima se mantêm inteiramente pertinentes! Encomendar notícias é um truque absolutamente inaceitável por parte de um PR de um Estado de Direito Democrático. Mesmo que o Assessor tivesse agido à sua revelia e contra a sua opinião - e já se viu que não foi - deveria demitir-se à mesma porque um Presidente que tem Assessores desses não pode merecer a confiança do Povo. E finalmente, se tem suspeitas de que as suas comunicações sejam interceptadas, não vem para a Comunicação Social especular sobre isso mas apresentava a competente queixa crime e se tinha indícios de que era o Governo o responsável demitia-o de imediato. Independentemente da posição que se tenha sobre Sócrates e o PS, fazer o que Cavaco fez, e em particular dois dias depois das eleições e à beira da tomada de posse do novo Governo, é de todo politicamente inaceitável e só tem um nome - é um verdadeiro "golpe de estado palaciano"!
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Que provas tem para afirmar que o PR encomendou notícias?
ResponderEliminarprovas dona Tuga? a sequência e a lógica dos factos não lhe bastam:
ResponderEliminar1. Cavaco, após o caso dos Açores e da sua misteriosa comunicação ao país, perde a confiança no governo e deixa cair a ideia de cooperação estratégica.
2. Em Abril de 2008, o homem de confiança do Presidente, e segundo o e-mail a mando do Presidente, marca um encontro com um jornalista do jornal Público e “planta” uma notícia de suspeição de vigilância do governo à presidência, entregando um dossier sobre um assessor do 1ºministro e montando uma história de vigilância de forma consubstanciar as tais suspeitas.
3. A 23 de Abril de 2008, o jornalista do Público em contacta outro jornalista que está na Madeira, pede-lhe que investigue a situação e, segundo o e-mail, chega a conclusão que a história não tem fundamento.
4. Em princípios de Agosto de 2009, surgem notícias, na comunicação social, que assessores de Belém colaboram com a elaboração do programa do PSD e alguns deputados do Partido Socialista pedem esclarecimentos a Belém.
5. O Presidente fica incomodado com estas notícias e não percebe como vem a público essa participação dos assessores no programa do PSD e permite que através das suas fontes anónimas que se volte ao assunto das suspeitas de vigilância.
6. A 18 de Agosto de 2009, sai uma notícia no Jornal Público que a Presidência suspeita que está a ser vigiada pelo governo.
7. O Presidente não desmente a notícia e permite que o caso seja alimentado e aproveitado politicamente pelo PSD e pelo tema da asfixia democrática.
8. O Público, no dia a seguir, faz uma notícia com as suspeitas que tinham sido levantadas pelo homem de confiança do Presidente quanto ao tal assessor na viajem à Madeira e que o próprio Público já tinha confirmado serem infundadas.
9. Em plena campanha eleitoral, Francisco Louça acusa que Fernando Lima, o tala homem da confiança de Cavaco, está por detrás das notícias das suspeitas,
10. O Provedor do Público escreve que o jornal Público deu, no caso das suspeitas de vigilância, notícias infundadas e põe em causa as fontes que os jornalistas invocam.
11. Um e-mail interno do Público é publicado no Diário de Notícias onde é revelado os pormenores de como, há 17 meses atrás, Fernando Lima tentou “plantar” uma notícia de suspeitas de vigilância à Presidência.
12. O Director do Público acusa o SIS de interceptarem correspondência interna do seu jornal.
13. O Presidente recusa comentar o e-mail exposto no Diário de Notícias, mas dá a entender que há problemas de segurança.
14. Manuela Ferreira Leite usa as palavras do Director do Público e consubstancia a ideia de asfixia democrática com as suspeitas de escutas que o SIS faz aos jornais.
15. Na mesma noite, o director do Público, confrontado com os resultados públicos de uma auditoria interna aos sistemas informáticos, informa que o e-mail não foi interceptado por fontes externas e nega o envolvimento do SIS.
16. O provedor do Público escreve novamente e insinua que o jornal Público tem uma agenda oculta para prejudicar o governo e beneficiar o PSD.
17. Um deputado do PS, com base no desmentido do próprio director do Público, exige um pedido de desculpas de alguns dirigentes do PSD que insinuaram que o SIS estava a mando do governo a fazer escutas à comunicação social.
18. Cavaco Silva afasta Fernando Lima da assessoria para a comunicação social.
19. Cavaco fala ao país e diz que nunca teve suspeitas de escutas e que Fernando Lima não fala pelo seu nome e que tudo o que se passou não foi mais do que uma manipulação do Partido Socialista para colar o Presidente ao PSD.
20. Pela voz de Silva Pereira, o governo e o PS, desmentem ponto por ponto as acusações de manipulação do Presidente da República e sugere que o mal tem de ser resolvido pela raiz.
Quanto a mim, é ao Sr. Presidente da Republica, quem compete provar perante os portugueses, que de facto não existiram escutas e consequentemente notícias encomendadas.
ResponderEliminarE mais, se até hoje ainda não conseguiu provar o contrário, em nome da democracia, deve de pedir desculpa aos portugueses e ir-se embora.
Devíamos ser nós a arrumar com o assunto, pois pelo lado deles, diz-se isto, mais aquilo e o regime cavaquista, continua a desgraçar o nosso País, agora em velocidade cruzeiro!
ResponderEliminarInadmissível! Quer um Estado Presidencial?!
Só que isto, não são os EUA!
Interesses exteriores... e tudo á molhada!
Cara Maria Tuga:
ResponderEliminarÉ tão simples quanto isto: o próprio PR veio ontem dizer que não há crime nenhum em membros da sua Casa Civil não só participarem na elaboração de programas partidários como produzirem pseudo-denúncias como aquela que foi a fonte de toda esta “estória” como até fazer conversas como aquelas que foram relatadas pelos jornais.
Mais! Cavaco Silva revelou até pouca inteligência ao vir interrogar-se sobre como é que os dirigentes do PS alegadamente conheceriam os passos dos membros da sua Casa Civil, o que significa confessar que tais passos foram efectivamente dados.
E a estória de que só agora teria descoberto que o sistema de comunicações da Presidência, designadamente as Informáticas, era vulnerável, se não fosse pateticamente grave, seria de rir até às lágrimas!
Caro Xatoo:
ResponderEliminarNão acho nem que o PS saia completamente incólume deste tipo de questões – pois a verdade é que a medida da centralização, sob as ordens directas do Primeiro Ministro, de todos os serviços de informações e polícias, é politicamente errada e extremamente perigosa – nem que haja reagido à declaração do PR como se impunha.
Ou seja, em vez de se ter limitado a dizer que não foi o autor da manipulação, deveria ter tido a coragem política de afirmar que tal autor era o PR. E esta complacência vai-lhe custar certamente bem caro! Daqui a menos de 2 anos, haveremos de voltar a falar sobre isto!
Caro RCP: Exacto!
ResponderEliminarCara Fada do Bosque:
ResponderEliminarQue nos EUA um Presidente, qualquer que ele fosse, mesmo o Bush, que fizesse uma “brincadeira” destas, tinha o País inteiro à perna e se não saísse por ele tinha um impeachment em cima!