domingo, 23 de agosto de 2009

Ainda as convicções...

Nos últimos anos, temos visto alguns políticos situados à esquerda derivarem para os partidos da direita. O caso mais gritante será o de Durão Barroso, que militou no MRPP e, hoje, é um serventuário do grande capital.
Julgo que essas pessoas nunca estiveram verdadeiramente na esquerda. São pessoas que embarcaram num comboio que achavam ser aquele que as levaria mais rapidamente ao poder. Assim que perceberam que não era assim, saltaram rapidamente e foram em busca de outro. O que está aí em causa é puro oportunismo político.
Não me estou a referir a pessoas que estiveram em partidos da esquerda, designadamente no MRPP, que participaram em combates cívicos e políticos muito importantes e que depois se afastaram da luta político-partidária ou se afastaram do MRPP, mas que se mantêm na esquerda e continuam a abraçar grandes princípios de vida. Aí, trata-se apenas de um problema de discordância de opiniões.

5 comentários:

  1. Foi uma sorte terem-se ido embora. Se não o tivessem feito teriam destruído o MRPP. O que é importante agora é abrir a porta aos que vêm no sentido inverso. Os que começaram na direita e perceberam que os valores que contam estão à esquerda, e que a riqueza de princípios é muito mais importante do que a riqueza monetária. Se soubermos captar nem que seja só uma parte desses, então meu caro Garcia Pereira, vai estar condenado a sentar-se na Assembleia da República, pelo menos nos próximos quatro anos...

    Nuno Cardoso da Silva

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  2. Se depender de mim, que ao longo dos anos fiz o percurso inverso...e como eu, conheço alguns mais, ai vai para o assento, vai!
    Quanto ao Durão e outros que tal, quanto mais longe melhor. As convicções desses são os cifrões.
    Conseguiram acabar, com a Justiça em Portugal.
    Inadmissível!

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  3. Eu não acreditava em Fadas mas, como, se vê “qué las hay, hay” :-)
    Obrigado pelo apoio e prometo-lhe que procurarei sempre ser digno dele.

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  4. Caro Nuno,
    Obrigado pela confiança depositada e, já agora, já reparou que a preocupação de tentar estigmatizar o MRPP é de tal ordem que, havendo em todos os partidos pessoas que antes estiveram noutros (não falo sequer da Zita Seabra, do PCP para o PSD, mas sim do Sócrates, do PSD para o PS), só falam nos que saem do MRPP?
    É que na verdade, no Estado actual da política portuguesa, ser “ex-MRPP” dá currículo…

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  5. Pelo menos reconhecem que o MRPP foi uma escola. Como em todas as escolas, há alunos que saem para o mundo do trabalho e escolhem seguir uma via completamente diferente daquela que aprenderam.

    Eu tenho uma questão que gostaria que fosse respondida:

    A propósito de "esquerda" e "direita", acha que o que se fala hoje em dia é mesmo de esquerda e direita, ou essas noções (que julgo eu terem nascido na revolução francesa, sendo posteriormente adaptadas) não passam hoje em dia de uma ideia abstracta que apenas serve para dizer que há multiplicidade (quando na verdade não é bem assim, pois nenhum partido quer a ruptura com o sistema capitalista)?

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