Se o interior do país está desertificado, nomeadamente o Alentejo, é porque os sucessivos governos trabalharam para acabar com a agricultura em Portugal. Aliás, aquela moda das anedotas sobre os alentejanos que visam apresentá-los como broncos, lentos, não querem trabalhar, mandriões… é uma forma de procurar justificar ideologicamente o abandono a que aquela zona do país foi votada. E, portanto, se de facto aquilo é uma zona de broncos e calaceiros, não faz mal estar abandonada. E, hoje, no Alentejo, temos uma das maiores taxas de suicídio de toda a Europa e temos áreas de fome onde a última coisa que resta a esses nossos concidadãos é a sua dignidade. A dignidade que os faz esconder a situação em que vivem. Mas quem conhece o problema sabe que isto é verdade.
Senhor Professor, não generalize, fica-lhe mal. Há sítios do Alentejo com elevadas taxas de suicídio como há noutras zonas do País!
ResponderEliminarClaro que há. Mas o Alentejo é seguramente uma das zonas em que esse problema é mais grave. Aquilo que referi conheço não apenas do estudo e das estatísticas mas também do contacto directo com essa realidade, cuja razão de ser reside, em meu entender, nas razões que apontei.
ResponderEliminarE será por acaso, estatístico ou não, que os alentejanos sejam as principais vítimas desse tipo de chalaças?...
A burguesia e o grande capital não brincam em serviço, sobretudo quando se trata de “dividir para reinar” e de fazer pagar, mesmo que a 20, 30 ou mais anos de distância, o preço de os trabalhadores dos campos alentejanos terem ousado estar do lado da Revolução.
É verdade, uma anedota pode parecer algo inofensivo ou sem um sentido profundo, mas é uma forma habilidosa de criar uma ideia pré-definida.
ResponderEliminarNesta matéria e na minha maneira de ver duas questões principais se levantam.
ResponderEliminar1º A classe social dos que tudo têm e está no poder, que é a mesma que manda fechar as maternidades e os hospitais, quer a regionalização.
2º E a outra classe social que nada têm e que não está no poder, mas conta com mais de 700 000 desempregados, entende e muito bem que regionalização não é necessária para nada.
Neste contexto, entendo que o professor nesta matéria se limita de forma correcta a interpretar e transmitir o que se passa na sociedade portuguesa.