sábado, 29 de agosto de 2009

Os (des)governos que temos tido

Temos uma situação política relativamente nova, evidenciada pelos resultados das eleições europeias.
O PS sofreu nas urnas uma condenação esmagadora das suas políticas exclusivamente colocadas ao serviço do grande capital e, do mesmo passo, o eleitorado recusou transferir para o PSD, como era hábito até há pouco tempo, a maior parte dos votos que recusou dar ao PS. De facto, PS e PSD juntos somaram apenas cerca de 58% dos votos expressos e, se se contar todo o universo eleitoral, representaram, no último escrutínio, apenas cerca de 20% do total dos eleitores inscritos. Isto significa que essa espécie de “União Nacional" bicéfala que tem (des)governado o país desde as primeiras eleições realizadas depois do 25 de Abril de 1974, se encontra agora ferida de morte, por mais que os meios de comunicação social e os comentadores políticos ao seu serviço a procurem reanimar, seja sob o estribilho de uma suposta “grande vitória do PSD” nas eleições europeias, seja sob o abanar do espectro da pretensa ingovernabilidade do Pais.
Desgovernado tem estado sempre o País com o PS e/ou o PSD a governarem! Não votem neles. Não se deixem enganar pelo marketing e pela propaganda política desses partidos.

4 comentários:

  1. Caro Garcia Pereira, inteiramente de acordo. Mas parece-me prioritário limpar primeiro o País da trupe que hoje o malbarata para ulteriormente exigir outras soluções pluralistas longe do devorismo de esses Partidos do Centro.

    PS e PSD estão esgotados. Falharam. Desgovernaram. Mas as pessoas ainda se sentem inseguras para inaugurar soluções nunca de antes votadas. Terão de ser convencidas que já não há papões de Esquerda. Os papões estão do impensável lado de sempre: PS/PSD, máquinas clientelares de avidez e incompetência.

    Sempre a considerá-lo
    um abraço
    joshua

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  2. Uma coisa é certa, ao fim de tantos anos a retroceder nas Liberdades e Direitos Humanos, se a maioria vota neles, é porque gosta de ser castigada. O problema é que arrastam as minorias com eles.
    Chegamos a um ponto, que é quase impossível sermos enganados, pelos incompetentes governantes de sempre. Realmente anda tudo desinformado e o meu maior medo, é que volte a imperar a ignorância.
    Como disse o meu irmão mais novo, com idade para ser meu filho: - Os Governos são o espelho do seu povo; azar das minorias!
    Pois neste momento digo, que temo imenso esse Azar...

    Atenciosamente

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  3. Caro joshua,

    Creio sinceramente que as duas tarefas são simultâneas: só é impossível obter o apoio e alcançar o objectivo de correr com a dita “trupe” se compreenderem que a ruptura com a presente situação – ou seja, seguir outros caminhos que não o sempre trilhado até aqui – não só é necessária como é possível.
    Essa possibilidade está ao alcance das nossas mãos – a derrota do PS só significará necessariamente a vitória do PSD, e vice versa, se os cidadãos assim votarem. Logo, o que há a fazer é “água mole em pedra dura…”.

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  4. Cara Fada do bosque,

    Não creio que devamos aceitar a teoria de que “cada povo tem o governo que merece”. Mas lá que os cidadãos precisam de ser confrontados com as suas responsabilidades, precisam. De outra forma estarão afinal a jogar o mesmo jogo viciado do que os dirigentes políticos que eles tanto dizem combater. Ou seja, dizer uma coisa (por exemplo, criticar, violentamente até, o PS e o PSD) e depois fazer outra. Isto é, acabar por ir votar num deles, sob o tão eterno quanto errado argumento do chamado “voto útil".

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